quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013


POEMAS

Considerando somente a sua estrutura visual, um poema é um conjunto de linhas escritas, e cada uma dessas linhas é chamada de verso. A rima nada mais é que uma similaridade fonética entre as sílabas tônicas finais que aparecem respectivamente nas palavras que figuram no fim de cada verso da composição. A rima pode aparecer nos seguintes formatos, segundo as diversas posições que ocupam numa estrofe (conjunto de versos). Para prevenir queixas sobre direitos autorais, os exemplos foram colhidos na minha coletânea. Observe que, nas rimas, estão incluídas as respectivas  vogais (ou grupos vocálicos) da sílaba tônica (mais forte) da última palavra do verso

a) — Cruzada ou Alternada: a-b-a-b

A poesia que eu faço
Traz escrito no estand
arte:
"Abram alas! Quero esp
aço
Pra levar, a todos, 
arte.
(ODE À RIMA E À MÉTRICA)

b) — Interpolada ou Intercalada: a-b-b-a

E, no teste, a tua exigência
De amar sob condiç
ão...
Não, querida, não amas n
ão;
Teu amor é conveni
ência.
(AMOR E APARÊNCIA)

c) — Emparelhada: a-a-b-b

Preciso já duma graça
que peço por merecer,
Senão, vou enlouque
cer
Diante dessa desgr
aça
De, por mais força que eu f
aça,
Não conseguir te esquecer.
(PEDIDO)

d) — Misturadas: aparecem no poema, sem ordem ou regularidade.


Odigo, cabra safado,
Que fizeste com o arquivo?
O arquivo "suco_fruta"
Que mandei, esperançado...
Preparei com tanta luta,
E você, filho da puta,
Com cara de prestativo,
Pega o meu arquivo e some.
Minha musa, tão tristonha,
Se acabando em sede e fome;
E tu, com o ato lesivo,
Me matando de vergonha.
(ODIGO E O SUCO)

Quanto ao aspecto de qualidade, as rimas classificam-se em pobres e ricas:

RIMA POBRE: é aquela que acontece entre palavras de mesma classe gramatical, ou seja: substantivo rimando com substantivo; verbo com verbo; adjetivo com adjetivo; etc. São pobres também as rimas em palavras oxítonas de uso comum que terminam em "ão", "or" e "ar".

As rimas pobres conferem um ar de banalidade à composição e, por isso, devem ser evitadas ou, pelo menos, usadas com boa dose de comedimento, já que evitá-las de todo é quase uma impossibilidade.  Esse cuidado deve ser redobrado para os que pretendem inscrever suas obras em concursos literário, vez que as bancas julgadoras costumam ser rigorosas com esse quesito.

Exemplo:

É gente que desconhece (verbo)
Que'alma vive de 
poemas (substantivo)
Bem rimados nos 
fonemas, (substantivo)
Onde a emoção 
floresce. (verbo)
(CARTA À MUSA)


RIMA RICA: é aquela que não se enquadra nas circunstâncias apontadas nas rimas pobres.

EXEMPLO

E, por não servir pra nada,
A pobre escada 
sofria
Num caracol de 
agonia,
Até ver-se reparada
De sua dor, ao ser galgada
Pelos passos da poesia.

§  Brancos – Possuem métrica, mas não rimas
§  Livres - Introduzidos pelo modernismo. Não se baseiam em critérios predefinidos de métrica ou rima. Ou seja, versos sem regras!
Versos Livres são mais fáceis de criar do que os antigos versos metrificados, o que gerou muitas críticas (muitos amantes do parnasianismo acham que poemas com versos assim nem são poemas). Drummond chegou a dizer que com esse tipo de verso quem não sabia fazer poesias começou a fazer.

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